terça-feira, 16 de junho de 2009

Do que a gente aprendeu




Que nosso aquecimento pode ser uma coisa muito útil para se fazer antes de um trabalho espiritual, mas não antes dessa peça. Que quando a gente pensa que está “gritando como histéricos” em cena, o público está ouvindo atores falando bem. Que 500 crianças “incomodam, incomodam, incomodam....” muito mais. Que é preciso escancarar a relação com o público. Que a Grande Mãe da Terra pode ser uma fofa. Que o Senhor do Tempo ri. Que pode haver leveza mesmo ao se falar tanto de morte. Que a gente não sabe nada sobre crianças – e tudo bem. Vamos aprender. Que não se deve concentrar energia em espectador que não está com você. Que´ssa peça tem muito texto - pelamordedeus! Que as marcas podem ser quebradas desde que as regras do jogo estejam vivas. Que o Almanaque era muuuito legal. Que a peça tem um ritmo que é dela. Que esse ritmo pode ser alterado segundo a sensibilidade coletiva. Que a sensibilidade coletiva tem quer ser isso mesmo: coletiva. Que quando se deseja crianças enfurecidas, enlouquecidas na sua platéia, o Universo atende. Que as coisas são a posteriori. Que não é na força que se consegue reestabelecer-se no caos. Que um dia árido de espetáculo pode suscitar uma conversa bastante agradável depois. Que a gente tá crescendo – e isso é lindo!



Por Kenan Bernardes
completamente exaurido depois da experiência no SESI de São Bernardo

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