quarta-feira, 16 de setembro de 2009

eM aLERTA!

Na sexta feira passada cancelamos nossa apresentação no Encasa para marcar presença no Ato Público realizado por aprendizes, mestres e parceiros da Escola Livre de Teatro de Santo André (ELT) que levaria uma Carta ao Secretário de Cultura da cidade, Sr. Edson, a fim de que fossem revertidas as últimas medidas tomadas pelo governop (afastamento sem justificativa do coordenador pedagógico, o ator e educador Edgar Castro) que a comunidade considera prejudiciais a manutenção e continuidade do projeto pedagógico-artístico da ELT.
Segue relatório completo do que foi e de como as coisas estão:


Entenda o que está acontecendo na comunidade ELT:


A Escola Livre de Teatro de Santo André (ELT), projeto artístico-pedagógico que se firmou como referência para a formação de atores no Brasil e que se aproxima agora dos seus 20 anos de enraizamento na cidade, está com seu projeto pedagógico seriamente ameaçado.

Na terça-feira dia 08 de setembro de 2009, o coordenador pedagógico da ELT, o ator Edgar Castro – professor da escola há 11 anos e escolhido como coordenador pelo corpo de mestres, foi demitido sem justificativas.

Breve Histórico

Desde janeiro de 2009 a comunidade da ELT tem se reunido para conhecer o projeto cultural da atual gestão para a cidade de Santo André. Já em 28 de novembro de 2008 organizamos um ato público: o Encontro Cultural da Cidade, quando se esperava como convidado principal Dr. Aidan Ravin (PTB). O então futuro prefeito não compareceu, mas fez-se presente através de seus assessores e do vereador recém eleito Gilberto do Primavera (PTB), que firmou publicamente seu compromisso com a cultura da cidade e com a manutenção do projeto original da ELT.

No entanto designaram para a Escola, como primeira medida, uma nova coordenadora não pertencente ao quadro de mestres e desconhecedora do projeto em curso. Em três de fevereiro de 2009 uma assembléia foi realizada com a presença de toda comunidade ELT, da nova coordenadora - Eliana Gonçalves - e do atual Secretário de Cultura, Sr. Edson Salvo Melo, que reiterou a afirmação anterior sobre a continuidade do projeto artístico-pedagógico.

Passados quase nove meses da nova gestão e de contínuas tentativas de diálogo entre a comunidade e a coordenadora Sra. Eliana Gonçalves, fomos surpreendidos por esta repentina e não justificada demissão do mestre Edgar Castro, feita pelo Diretor de Cultura Sr. Pedro Botaro no dia 8 de setembro de 2009.

As Reivindicações e a Situação Atual

Nesta última sexta-feira, onze de setembro, mais de trezentos artistas representantes dos principais coletivos de artes cênicas das cidades de Santo André e São Paulo - entre eles as atrizes Maria Alice Vergueiro, Leona Cavalli, Georgete Fadel, o ator Antônio Petrim, a diretora Cibele Forjaz – fizeram uma passeata da Praça Rui Barbosa, sede da Escola, até o Paço Municipal, onde foi entregue uma carta de reivindicações ao Secretário de Cultura do município.

Ontem - segunda-feira, 14 de setembro - uma comissão formada por mestres e aprendizes representantes da ELT, esteve com o Secretário de Cultura de Santo André, em reunião sugerida por ele, para obter a resposta sobre o ato realizado na sexta-feira anterior.

A princípio, o Sr. Edson discutiu cada ponto da carta entregue pelo Coletivo, mas negou as duas principais reivindicações, firmando a decisão de AFASTAR Edgar Castro, tanto de sua função de coordenador quanto de mestre da escola, e de MANTER a Sra. Eliana Gonçalves como coordenadora.

A comissão deixou claro que não aceitaria essa decisão - uma ameaça ao projeto pedagógico original, que tem a autogestão e a definição da coordenação pedagógica pela comunidade como principais características. Após três horas e meia de reunião, o Secretário prometeu encaminhar uma carta pública à comunidade no dia de hoje (quinta-feira) – promessa não cumprida. Como estratégia de desmobilização o Secretário pediu dois a três dias para responder às reivindicações.

Dessa forma vamos, em peso, à Câmara, pedir o apoio dos representantes do Poder Legislativo para a manutenção do projeto artístico-pedagógico original da Escola Livre de Teatro de Santo André, junto ao Poder Executivo do município.


Saiba mais em: www.movimentolivre-sa.blogspot.com

Em Casa

Apresentamos ontem no ENCASA.
Projeto organizado inicialmente pela sociedade civil junto ao Governo para instaurar leis e políticas píblicas culturais na cidade.

Boa apresentação.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Novas nem tão novas assim...

Realmente. A falta de uma disciplina em escreve r neste nosso espaço faz com que as coisas que os capítulos que compoem nossa história dia-a-dia não tenhama força que têm quando não registrados no momento devido.

Farei um esforço para registrar cada passo nosso tão arduamente dado como o são os passos de quem está aprendendo a andar com as próprias pernas.

Então aqui vai algumas das últimas novas (nem tão novas assim às vezes):

1) Estreamos nosso novo espetáculo "Os Cegos de Brüeghel" nessa segunda última no Festival do Campo Limpo. Projeto antigo nosso de retomada de um material que trabalhamos ainda no período de formação na Escola Livre de Teatro de Santo André.

Tenho a impressão de que as discussões que eestamos tendo a respeito da estréia têm sido as mais enriquecedoras que já tivemos sobre nosso trabalho. Escreverei um post sobre isso depois. Mas creio profundamente que as perguntas que temos feito têm colaborado para que eu compreenda melhor sobre nós mesmos, nossa trajetória e nossas perspectivas futuras.
Muito evazivo, eu sei. Mas este é um post para falar das novidades e não para divagações.
Em breve, fotos.



2) "Bielski" passou no PROAC. Quando o Rogério chegou com a proposta desse espetáculo numa manhã de setembro ou outubro do ano passado todos nós achamos que era uma proposta indecentemente apaixonante.

Conversamos muito. Desde cara concordamos que seria um projeto que que só faríamos se tivéssemos as condições que, na época, considerávamos ideais para a produção deste trabalho.

As condições chegaram.

3) Mês passado estivemos no X Festival Nacional de Guaçui, ES. Foi uma experiência riquíssima, sem dúvida. Fizemos uma aprsentação absolutamente balsâmica depoisde 13 horas de viagem. Poucas vezes O Pássaro Azul esteve tão vibrante como o foi nessa apresentação.
Um dos pontos altos dessa viagem foi o debate que tivemos após o espetáculo com o júri e outros presentes. Falamos sobre a ELT, sobre processo colaborativo, sobre teatro de grupo versus elenco, sobre O Pássaro Azul ser sim uma peça para as crianças, sobre coletivo versus indivíduo, sobre arte, sobre fazer a diferença. Para coroar nossa primeira saída do estado fomos indicados em 10 categorias e contemplados com 08 Prêmios das 11 categorias:

INDICAÇÕES – PALCO INFÂNCIA E JUVENTUDE
NOME DO INDICADO
PREMIADO

1 – Iluminação
-2 – Cenografia
CIA. LEVANTE / O PÁSSARO AZUL
3 – Sonoplastia
- CRISTIANO MEIRELES/ O PÁSSARO AZUL - SP
4 – Texto
- ANTÔNIO ROGÉRIO TOSCANO/ O PÁSSARO AZUL - SP
5 – Maquiagem
- ANTÔNIO ROGÉRIO TOSCANO/ O PÁSSARO AZUL - SP
6 - Figurinos
- CLÁUDIA SHAPIRA/ O PÁSSARO AZUL - SP
6 – Ator Coadjuvante
- INDICAÇÃO PARA Kenan Bernardes/Pássaro Azul
7 – Atriz Coadjuvante
- CLEIDE MARIANO/ O PÁSSARO AZUL - SP
8 – Ator
- WAGNER ANTÔNIO/ O PÁSSARO AZUL - SP
9 – Atriz
- INDICAÇÃO PARA Daniela Cavagis/ O Pássaro Azul
10 – Direção
- ANTÔNIO ROGÉRIO TOSCANO/ O PÁSSARO AZUL -SP
11 – JÚRI POPULAR
- OS TRÊS PORQUINHOS/ CIA CAMPANELI
11 – Espetáculo
- CIA LEVANTE/ O PÁSSARO AZUL
A GAZETA - ES:

domingo, 30 de agosto de 2009

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

SESI

Boa tarde,
Com o final da Mostra de Teatro Infantil queremos agradecer à todas atrizes, atores, técnicos, produtores e demais pessoas envolvidas nos trabalhos dos grupos e companhias. Vocês fizeram desta Mostra um sucesso!!!Muito obrigada pela generosidade, pelos trabalhos, pelos depoimentos, conversas e espetáculos de tão alta qualidade. Para nós aqui em Piracicaba o trabalho voltado às crianças é uma grande preocupação, somos muitas vezes o lugar seguro, o quintal, a sala de muitas das crianças que vivem em condições de risco aqui nos bairros próximos e os espetáculos que aqui se apresentaram com certeza ficarão gravados na memórias de cada uma delas. Esperamos com isto e com várias outras ações que temos no decorrer do ano contribuir para uma vida melhor para nossas(os) pequenas (os) frequentadoras (es). Desejamos a cada um de vocês muito sucesso, muitas alegrias e boa sorte em suas vidas!!! Parabéns!!!!e novamente Obrigada!!!!!!1

Fátima, Daniel, Sandra, Karina, Diego,
Bia, Vanessa (equipe do Nac Piracicaba)
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sexta-feira, 24 de julho de 2009

Imagens da cegueira



Os Cegos de Brüeghel - PARTE III

Na obra do simbolista Maëterlinck, Os Cegos surgem como parte daquele modelo de peças estáticas que Peter Szondi considera exemplares da crise do drama de fins do século XIX. Retomando imagens da Santa Ceia, 12 cegos guiados por um caolho estão em cena porque acabaram de trilhar longa caminhada e se sentaram para o devido descanso.

O repouso, alinhavado por falas cômicas dos cegos que esperam a comida a ser trazida pelo caolho, que deveria ser um breve interlúdio até a refeição, entretanto, começa a se desdobrar como longa espera.

E o caolho, mestre-guia, que pelas falas dos cegos deveria estar longe buscando a refeição, queda-se dormente entre os cegos. Devido à ausência da visão, eles não percebem que estão sentados à mesa com o décimo terceiro homem. Aos poucos, o público vai percebendo que o bando está sem guia, pois este evidencia-se como um homem morto, caído no lugar central da refeição que nunca mais existirá.

Prestes a enfrentar a morte, e ignorantes em relação ao futuro, a peça teatral de Maëterlinck redimensiona o material original de Brueghel e recoloca o tema de modo franco, grotesco e duramente cômico.

Na obra homônima de Michel de Guelderode, a citação chega a ser textual e Brueghel aparece como “personagem” não vista pelos cegos, que seguem seu caminho vago rumo a Roma. Perdidos no caminho labiríntico que os paralisa historicamente, estas personagens são pálidas sombras (ou sobras) da humanidade que definha. E, justamente por isso, foram retratadas por um pintor que por ali passava:


“Cego 1 Nas montanhas, sim, existe eco. Estamos nas montanhas! Não estamos mais perambulando em círculos! E esse pintor que nos pintou faz pouco, não esteve na Itália? Não disse que devíamos atravessar as montanhas?

Cego 2 Como se chamava o pintor? Aquele esquisitão, que nos deu um florim?

Cego 3 Isso! Metido a artista, todo intelectual, pintando cegos! Que fim!

Cego 2 Acho que era um tal de Brueghel.

Cego 1 Era esse mesmo, Brueghel! Alguém conhece? Ninguém... E vamos dar ouvido para um artista?”

Nesta peça curta de Michel de Guelderode, a pintura-matriz é claramente retomada e D. Lamprido, o caolho, brinca com os destinos da humanidade cega que, poderoso, tem nas mãos. A força política se evidencia – o que torna este material uma bruta flor capaz de instaurar discussões suficientemente sólidas quanto à imagem da dimensão pública do homem atual.

Novamente, o grotesco é a base formal em que o autor se apóia.

Por Antônio Rogério Toscano
Dramaturgo, Diretor e Professor de Teoria e História do Teatrona Escola Livre de Teatro de Santo André - ELT,na Escola de Arte Dramática - EAD/USP e PUC

Os cegos de Brüeghel - PARTE II


Resgatamos elementos cruciais da formação artística do homem moderno. Já na pintura de Brueghel, no século XVI, a perspectiva grotesca flagrava o caminhar temerário rumo ao futuro daqueles homens cegos que estão a instantes da sua derrocada. Metáfora clara da crise da fé cega medieval, o futuro também é incerto e fixa-se na tela de Brueghel como temor em relação à recente retomada comercial realizada pela Europa. O quadro, cujas tintas grotescas retomam temores recorrentes em sua obra, coloca-se como eternização de um instante de instabilidade – o homem diante do abismo que se configura no futuro.


Como obra capaz de plasmar seu presente histórico de transição (do mundo medieval ao moderno), a força pictórica de Brueghel foi vista pelo encenador alemão Bertolt Brecht como referencial para o debate sobre a dimensão discursiva e política da obra de arte. Brecht, evidentemente, já percebia a importância das obras de Brueghel pela quantidade de célebres dramaturgos que retomaram este material.


Seus estudos apontam sério interesse pelo grotesco na pintura de Brueghel, mas sobretudo estabelece relações narrativas com ela (basta ver as semelhanças claras entre Paisagem com a queda de Ícaro, de Brueghel, e O vôo sobre o oceano e algumas outras idéias expostas nas peças de aprendizagem de Brecht.

Brecht não se fixou em Os Cegos, mas certamente chegou a Brueghel trilhando o caminho daqueles bufões que são personagens de Brueghel. Estudioso como era, não lhe devem ter escapado as releituras dramatúrgicas dos dramaturgos belgas Maurice Maëterlinck e Michel de Guelderode (ambas também intituladas Os Cegos).

Por Antônio Rogério Toscano

Dramaturgo, Diretor e Professor de Teoria e História do Teatro
na Escola Livre de Teatro de Santo André - ELT,
na Escola de Arte Dramática - EAD/USP e PUC

Os Cegos de Brüeghel - PARTE i

O espetáculo Os Cegos de Brueghel, da Cia. Levante da Cooperativa Paulista de Teatro, nasceu da necessidade de abordarmos crítica e artisticamente alguns aspectos fundamentais da formação social contemporânea. Em épocas de retomada cinematográfica do Ensaio sobre a cegueira, de José Saramago, que almeja abordar a crise de relações humanistas e a redução zoológica do homem urbano hiper-civilizado, o tema se mostra bastante consistente.


No caso deste trabalho, o material tomado pelo grupo como estímulo propulsor foi a obra pictórica intitulada Os Cegos, do artista plástico flamengo Brueghel. No entanto, um projeto desta alçada não poderia se fazer sem que outras fontes o alimentassem, por isto também compõem este universo imaginário as obras de Michel de Guilderode, Miguel de Cervantes e Bertolt Brecht, sem deixar de citar o autor belga Maurice Maëterlinck, com seu texto Os Cegos. O interesse por este autor não é novo, na Cia. Levante, que realizou a montagem d’O Pássaro Azul, uma livre adaptação dos materiais da obra-prima deste dramaturgo – vide material fílmico anexo. Esta identificação encontra profunda ressonância no que diz respeito aos interesses do grupo, como a experimentação da palavra poética simbolista e do jogo teatral armado no “espaço vazio” articulado por Peter Brook – outra forte referência teatral desta companhia. Tais materiais são de profunda importância para a trajetória histórica do teatro no Ocidente e constituíram-se como matérias fundamentais para a construção da dramaturgia deste projeto. Em todos eles, o princípio atuante do GROTESCO manifesta-se amplamente, com suas aplicações e percepções críticas.



A pintura de Brueghel, o Velho, que motiva este trabalho como matriz inspiradora, já realizava de modo pontiagudo e precoce, em finais do Renascimento, um apanhado grotesco desta condição, apontando com tons de ironia o caminhar labiríntico que constituiria o rumo (a estrada!) histórico dos novos tempos a serem instaurados, a partir da crise da fé medieval e do surgimento do mundo moderno, pautado pelas exigências do capitalismo emergente. A metáfora, explícita, de três cegos guiados por um caolho e que vão em busca de soluções imediatas, que seriam encontradas de forma redentora em uma chegada milagrosa a Roma (todos os caminhos levam a Roma?) está presente no imaginário popular do Ocidente desde a Idade Média e é de profunda serventia para o artista que deseja retratar, por viés cômico, a ausência de saídas e a cegueira das forças ideológicas que regem o homem contemporâneo.
* * *

Realizar este trabalho nas ruas, muitos séculos depois, no agora de 2009, como uma experimentação formal sobre o Teatro de Rua, retoma o aspecto crítico do Velho de Brueghel e deseja, através do uso criativo dos materiais matriciais, com abordagem abertamente grotesca e com forte uso das máscaras corporais, instaurar um olhar sobre o presente – como fizeram as outras matrizes textuais que já se valeram do tema. O teatro popular de retábulos do Século de Ouro Espanhol e as atuais formas épicas de experimentação da cena são pontos estruturais da pesquisa de linguagem. Portanto levar às ruas, logo ao homem comum, a partilha derivada desta pesquisa será de extrema valia, especialmente diante das dificuldades geradas pelas leis de consumo quanto à possibilidade do público de apreciar as formas teatrais – sobretudo aquelas que escapam do senso comum demarcado pela cultura de mídias de consumo.
* * *

Deste modo, este espetáculo pretende atuar sob formas rigorosas de criação e percepção crítica do sujeito histórico do presente, através de um trabalho pautado pela comicidade e pela explosão grotesca da teatralidade.
PPor Antônio Rogério Toscano
Dramaturgo, Diretor e Professor de Teoria e História do Teatro
na Escola Livre de Teatro de Santo André - ELT,
na Escola de Arte Dramática - EAD/USP e PUC

segunda-feira, 20 de julho de 2009

O que tão dizendo...

Depois de 15 apresentações na Mostra de Teatro Infantil do SESI 2009.
Metade da rota cumprida.
O que tão dizendo da gente.
Pra gente.
Alessandra:
Ahhh... o figurino está lindo... tudo de bom...
Responder

Alessandra:
Assisti Passaro Azul no Sesi de Birigui e amei. Já trabalhei em teatro, fiz parte do TUSP
e participei do espetáculo Júizo Final, com direção de Rogério Toscano... saudades... fala pra ele que fiz a Aninha, a menina das fichas telefonicas...Beijos Galera!!!Até o ano que vem...
Alessandra:
Parabéns... o espetáculo foi maravihoso...
Responder

~> Pαuℓ;nhàáH™:
Oláaa...Sim. Gostei muuito e contei pra todo mundo Sobre a peça. Todos ficaram muito empolgados e queriam ir, infelizmente avisei meioo atrasado!
Agora vcs noum vão fazer mais Em santo andré.=,(Ou vãao?Ah.. adoraria tirar fotos, no domingo Um parou pra tirar fotos, acho que uma criança pediu como ja contei.. não fui devido a minhas amigas estarem com pressa.Bom, um dia Se ieu for ver concerteza tirarei fotos. quero vêr se noum vão fugir mesmo.E tenho uma pergunta. Algum Do Cia .. fez parte do necropolis?
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~> Pαuℓ;nhàáH™:
Hum.. acabei de voltar do sesi.. assisti o passaro azul, quero parabenizar a todos! Assisti ontem, sabado e voltei hoje no domingo com mais pessoas... hoje, param pra tirar fotos , eu ia parar tambéem..buáa..queria uma fotinha..hahah!(add vcs, mi aceitaaam)?
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Raquel + Edu =:
Estivemos hoje no Sesi-Santo André... PARABÉNS, o espetáculo foi maravilhoso...Um ótimo final de semana para todos!!!Raquel+Edu=Madu e Malu
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quinta-feira, 25 de junho de 2009

Estraguei tudo

19062009

O que é o ERRO quando falamos sobre a efemeridade de um fenômeno como teatro que lida com a construção de uma realidade pautada no que acontece no instante presente. Qual a receita alquímica que os deuses se fazem valer para transformar a merda em ouro. Por que é tão divertido ver um palhaço se ferrar metendo-se em uma série de quiprocós armados por sua propria estupidez.

Tempos atrás assisti um dvd do Lume onde um dos atores falava sobre essa questão sob uma perspectiva bastante rigorosa: "O erro não pode ser aceitável num trabalho que se propõe a ser levado para o público. É por isso que a gente ensaia tanto". Essa perspectia encontrou aconchego no meu espírito; o desejo de uma arte que tenha como pressusposto a excelência técnica e artística acalenta meus sonhos como artista.

Mas e quando o inesperado acontece. E quando o inevitavel desaba sobre nossas cabeças. quando os deuserês do teatro resolvem brincar com a nossa cara e nos pregar peças.

A atriz que está em cena tem uma crise de tosse que a vinha aconpanhando desde o dia anterior. Da coxia eu estranho quando a companheira ao não conseguir controlar a tosse assume verbalmente a questão. Tenho resistência a "cacos" de qualquer natureza neste espetáculo (O Pássaro Azul): "Tilti, eu tô com tosse", improvisa. "Tosse Mitil{} Cof, cof!. Eu também. Cof, cof.

Qual não foi minha surpresa quando uma platéia de cerca de 150 crianças começam todas a tossir de mentirina. Abre-se uma fenda no tempo-espaço, uma nova cena, jamais imagnada por Maëterlink ou Toscano é escrita ao vivo com os espectadores. Comunhão pura.

Cof, cof! Cof, cof! Cof, cof! Cof, cof! v Cof, cof! Cof, cof! Cof, cof! Cof, cof! Cof, cof! Cof, cof! Cof, cof! Cof, cof! Cof, cof! Cof, cof! Cof, cof! Cof, cof! Cof, cof! Cof, cof! Cof, cof! Cof!

A La Magia* acontece quando menos se espera.

Segundos depois me vi metido numa situação tão absurda de se imaginar: um fiozinho rídiculo da minha calça fica enganchado na gaiola que está numa das extremidades da lona e não consigo me livrar a tempo de preservar um dos princípios do nosso jogo: a simetria. Os colegas de cena não percebem meu apuro, estão de costas pra mim. Prossigo. Tento me comunicar com minha parceira em brechas da nossa consrução onde cochichos no ouvido são permitidos. "Estou preso", digo. Mas nãoe entende a cara colega e me puxa para o centro da cena. O jogo simétrico precisava ser reconstituído, a cena continuava. atrás de mim, uma gaiola é arrastada. Distrurbio, barulho, confusão.

"Eu estraguei tudo", digo sinceramente para a platéia quase chorando de verdade. O erro é rapidamente corrigid, quase escondido, não é encarado como cena. Perdemos o presente do inesperado acaso. De bom, só consigo tirar, no momento, uma inesperada fragilidade que surge em Tiltil.

Mas agora, três dias depois, na tranqüilidade de umaa segunda-feira de um inverno ensolarado eu penso: quais são os "erros" evitáveis e os inevitáveis desse trabalho. Que tip de coisa não posso eu admitir para que continue subindo de escala rum a um refinamento do meu trabalho.

Assumir a fragilidade diante daquilo que realmente não está no nosso controle pode ser a nota que falatava paa dar graça na nossa composição. Ter calma e deixar que todos em cena tenham a possibildade de lidar com a coisa cri-a-ti-va-men-te. Resolver o problema não para esconder o erro. Abrir espaço na tranquilidade da respiração para aprender sobre como se faz ouro na merda. Ser um pouco mais estúpido.

O erro só se faz erro na maneira como idamos com aquilo que é inevitável e inesperdo no teatro. Com as outras coisas, a gente pode voltar pra sala de ensaio e treinar mais até que a musculatura incorpore os princípios e isso nem seja mais uma questão.

Por Kenan Bernardes
sobre nós em Diadema City

terça-feira, 16 de junho de 2009

Do que a gente aprendeu




Que nosso aquecimento pode ser uma coisa muito útil para se fazer antes de um trabalho espiritual, mas não antes dessa peça. Que quando a gente pensa que está “gritando como histéricos” em cena, o público está ouvindo atores falando bem. Que 500 crianças “incomodam, incomodam, incomodam....” muito mais. Que é preciso escancarar a relação com o público. Que a Grande Mãe da Terra pode ser uma fofa. Que o Senhor do Tempo ri. Que pode haver leveza mesmo ao se falar tanto de morte. Que a gente não sabe nada sobre crianças – e tudo bem. Vamos aprender. Que não se deve concentrar energia em espectador que não está com você. Que´ssa peça tem muito texto - pelamordedeus! Que as marcas podem ser quebradas desde que as regras do jogo estejam vivas. Que o Almanaque era muuuito legal. Que a peça tem um ritmo que é dela. Que esse ritmo pode ser alterado segundo a sensibilidade coletiva. Que a sensibilidade coletiva tem quer ser isso mesmo: coletiva. Que quando se deseja crianças enfurecidas, enlouquecidas na sua platéia, o Universo atende. Que as coisas são a posteriori. Que não é na força que se consegue reestabelecer-se no caos. Que um dia árido de espetáculo pode suscitar uma conversa bastante agradável depois. Que a gente tá crescendo – e isso é lindo!



Por Kenan Bernardes
completamente exaurido depois da experiência no SESI de São Bernardo